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Afinal, a quem pertence esse petróleo?

Afinal, a quem pertence esse petróleo?

Junho 08, 2018 - 01:17
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No dia 01/06(sexta-feira), a base da categoria de petroleiros do RJ decide por suspender a greve que começara na última quarta-feira (30/05)[1], greve essa que mal havia começado, mas já recebera ameaça do Tribunal Superior do Trabalho de multa diária de 500 mil nas contas do sindicato. Com a chegada do momento da greve, a multa foi aumentada para 2 milhões de reais(por dia).
 
O eixo da luta era anti-privatista, redução do preço dos combustíveis, e a substituição do atual presidente da estatal, Pedro Parente.
 

 

No mesmo dia às 6:30 da manhã grupos de petroleiros de manutenção e operação atrasam 1hora de serviço na Usina Termelétrica Barbosa Lima Sobrinho (UTE-BLS/BF) para discutir etapas de luta e mobilização por fora da estrutura sindical. 

 
 
Greve Política
 
Uma das acusações do TST para julgar a greve dos petroleiros ilegítima é que "tem caráter político-ideológico"[2]. Pois não seria de outro modo, pois suas demandas seriam "políticas" porque em sua luta identificam-se enquanto classe. O próprio julgamento do TST é ideológico concomitantemente, porque afirma o papel da instituição ao interesse da classe dominante. E o papel da greve é político sim, não pela acusação reducionista do caráter do movimento pela substituição da figura pública que é o Pedro Parente. É uma greve política porque reflete no trabalhador enquanto classe, para além do corpo  específico da categoria,
 
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Pedro Parente caiu, e agora?
 
A grande questão a se tratar é não cair no conto do personalismo. Pedro parente, como (Michel)Temer, são simples indivíduos. A postura que atuam em seus cargos tem caráter ideológico, de um projeto que se estabelece pela burguesia internacional, que perpassa a conjuntura da esquerda brasileira. O problema do conto do personalismo é achar que o Ivan Monteiro não vai assumir uma posição semelhante frente ao seu papel que administra na instituição. Os projetos privatistas que preocupam aos brasileiros precisam ser combatidos pela classe trabalhadora, desde que ela não se limite a combate-la enquanto forma, mas o seu conteúdo. O "Fora Parente" é simbólico. É importante. Mas não é uma vitória por si só. O projeto de privatização da Petrobrás continua de vento em popa. O melhor caminho para a categoria é pautar a redução do preço dos combustíveis, incluindo o Diesel, e dizer desde já: NÃO À VENDA DA PETROBRAS!
 
Política de preços
 
Ivan Monteiro, o mais novo herdeiro do papel privatista dentro da Petrobras, anuncia no começo de seu mandato aumento da gasolina, política complementar à do antigo gestor. Do dia 29/05 até então há um diferencial de 5 centavos[3]. Em contrapartida, dia 01/06 o preço do Diesel caiu em 0,46R$, conforme acordado por Michel Temer que sofrera pressão do movimento nacional dos caminhoneiros nessas últimas 3 semanas[4].
 
O que o movimento dos petroleiros tem a ver com a educação?
 
Em um terça-feira do dia 21/11/2017 foi aprovada emenda a constituição que destinava 80% dos royaltes do pré-sal para investimentos em ensino básico e profissionalizante[5]. Na mesma tramitação, foi acrescentada a ementa e aprovada que esta renda poderia ultrapassar o teto de gastos, visando perpassar a emenda constitucional 95 que congelava o investimento em áreas como a saúde e educação por 20 anos. Se a emenda fosse aprovada mas tivesse que caber no teto, no final, não faria nenhuma diferença prática.
Quando o governo federal aceitou o acordo dos caminhoneiros e anunciou a redução do valor do Diesel, o subsídio encerrou inúmeros projetos sociais. Áreas da saúde e educação foram afetadas[6]. Mas não nos façamos enganar, a consequência só caiu em cima de nós porque o Estado burguês vai faze-lo para colocar trabalhador contra trabalhador, ao invés de tirar privilégios da oligarquia tecnocrata que assola o povo que aqui reside.
 
 
 
 
Artigo de opinião por: Alfredo Lima
 

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