O Ato, com concentração marcada para as 17h na frente do Theatro Municipal, contou com uma chuva forte até pouco antes das 18h, o que não desanimou a Fanfarra e as pessoas presentes que deram um jeito de se proteger da chuva e continuar mostrando seus cartazes.
Pontualmente às 18h um jogral deu início ao Ato, que saiu em direção do Viaduto do Chá. Uma dúzia escudos formavam o cordão de frente, abrindo caminho pelas ruas com frases como: "Dória Patrão, Aumento Não!" "R$4 no busão Não" uma imagem de uma pessoa chutando uma catraca. Atrás dos escudos, dois cadeirantes acompanhavam o Ato na frente da faixa "4 Reais Não Dá". Na frente da prefeitura, cercada por grades e diversas viaturas da Guarda Civil Metropolitana, os cantos e mensagens para o prefeito se intensificaram. O ato seguiu pela Rua Libero Badaró. Passando pelo Largo São Francisco, o Ato que nesta altura já estava cercado pela Polícia Militar, contava com 5 mil pessoas, número que foi crescendo conforme o Ato seguia pelo centro.
Por todo o trajeto, um comandante da PM (armado com pistola) e seu acompanhante (armado com pistola e escopeta), vinha na frente do Ato pressionando, ameaçando, atravancando a passagem e tensionando durante todo o trajeto.
O Ato seguiu no sentido do Terminal Parque Dom Pedro, histórico local de luta do Movimento Passe Livre. A adesão de pessoas ao corpo da manifestação foi notável neste trecho, assim como a tensão proposta pela PM que, mesmo antes das pessoas chegarem ao local, já havia bloqueado as entradas e tomado o terminal com policiais, armas, escudos e blindados da Choque.
O apoio popular vindo do entorno do Terminal foi grande, muita gente subiu nas grades para ver o ato passar e gritar palavras de apoio, outros resolveram aderir ao movimento, afinal, R$4 não é suportável. Neste momento, relatos de bombas e pessoas feridas em mais uma brutal ação da PM e GCM na Cracolândia foram chegando. Mais tarde, ficou claro que diversas agressões ocorreram na região da Cracolândia enquanto o ato seguia para zona leste da cidade.
A manifestação atravessou a Av. do Estado em direção ao seu destino, estação Brás. Nesta altura e com as vistas do viaduto 25 de Março, a manifestação já contava com 10 mil pessoas.
Seguindo pela Av. Rangel Pestana, após um jogral com a queima de uma catraca de madeira, a PM proporcionou mais um momento de tensão. Ao não entender o que estava acontecendo, entrou em formação de ataque e ameaçou disparar contra os manifestantes, apesar dos gritos de "sem violência". Após pressão dos manifestantes, a PM voltou para os cordões de lateral do Ato. Por volta das 20h30, o Ato chegou no Largo da Concórdia.
Um novo jogral encerrou o Ato e convocou para o 2º Grande Ato Contra o Aumento da Tarifa, no dia 17 às 17h na casa do Prefeito João Dória - Link para o evento
Na dispersão, mais uma vez, a repressão programada pelo Estado e a Polícia Militar foi comprovada. A Estação Brás da CPTM havia sido fechada pela PM, impedindo a entrada de qualquer pessoa e, portanto, a dispersão dos manifestantes. As poucas pessoas que conseguiram passar antes do fechamento totalç da Estação, conseguiram catracar. A tensão entre a PM e a população que queria entrar na estação terminou com a PM dispersando os presentes com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, além de muitos tiros de balas de borracha.
Muitas pessoas correram para a Av. Celso Garcia para se proteger, mas um cordão da PM impedia a passagem nesta rua e nas transversais, deixando apenas a Praça do Largo da Concórdia como caminho.
Quando a núvem de gases baixou, foi possível identificar muitas pessoas feridas por estilhaço das bombas (que foram atiradas diretamente na população) e algumas atingidas por balas de borracha.
Um grupo que conseguiu passar pelo bloqueio da PM, seguiu pela Av. Celso Garcia na tentativa de dispersar pela próxima estação, Metrô Bresser, mas foi atacado pelos seguranças do metrô. Ao menos três pessoas foram detidas pelos seguranças e encaminhadas para a Delegacia do Metrô na Estação Barra Funda. Um militante do MPL ficou gravemente ferido na cabeça após ter sido agredido por um dos seguranças.
Por volta das 21h20 a Estação do Brás foi liberada pela PM.
Há relatos de violência contra manifestantes na Estação Dom Pedro II.
O CMI fez a transmissão ao vivo do Ato, se você perdeu pode ver aqui:
1a. parte
2a. parte;