Enfrenta-se, portanto, as políticas de corte de orçamento (R$ 5 bi só na educação em 2011-2012), a expansão sem recursos e estrutura proporcionada pelo REUNI (que aumenta em 50% o número de vagas, mas apenas em 20% as verbas) que gera salas superlotadas e sobrecarga aos trabalhadores da educação. Combatemos também projetos como a PL 549, que congela contratações e aumentos reais nos salários por 10 anos no serviço federal; a EBSRH, que privatiza os HUs (Hospitais Universitários), precarizando o serviço, o trabalho e o ensino; e o PNE (Plano Nacional de Educação 2011/2020) que estabelece as “metas” de curto-médio prazo do governo, cujo lema é “privatizar e precarizar”. E como se não bastasse – para dissuadir de forma muito safada os professores da greve – aos 45 minutos do segundo tempo o governo edita a MP568 – na intenção de desarticular a greve dos professores e dividir os trabalhadores – concedendo míseros 4% de reajuste à categoria, corta à metade os salários dos médicos e reduz os benefícios referentes à insalubridade. Os estudantes são atingidos diretamente por tais questões e vivenciam em seu cotidiano o sucateamento do ensino superior público e, portanto não têm como estar de fora dessa discussão. São péssimas as condições de acesso, ensino e permanência – o tripé universitário parece cada vez mais “manco”: pesquisa e extensão desarticulam-se cada vez mais do ensino fazendo da Universidade uma “fábrica de diplomas”. A greve nacional é um dos recursos que possuímos enquanto estudantes e futuro trabalhadores para fazer frente aos ataques de um governo do pacto social, que governa como integrante das classes dominantes e opressoras, que olham para a educação como mais uma mercadoria a ser explorada e negociada visando lucros.
Enquanto militância estudantil classista e combativa, acreditamos na necessidade da intensificação do trabalho de base e de mobilizações nas Universidades que ainda não aderiram a greve para que cada curso e cada categoria da universidade possa discutir e somar esforços na construção desta luta que pode beneficiar a todos(as). Defendemos a realização de Assembleias de Base em cada curso para a discussão ampla e direta da greve e da conjuntura da educação no país e para a escolha de delegados de base para a composição de comandos locais de mobilização onde eles ainda não existem. Dentro disso, nossa militância da UFRGS aposta na adesão dos Docentes à Greve Nacional e no aprofundamento da mobilização dos estudantes através de um Comando de Mobilização Estudantil de base e que possa garantir a realização de Assembleias permanentes, para a discussão, repasse de informações, e ações de propaganda e solidariedade aos servidores técnico-administrativos em greve e aos professores junto à Comunidade do entorno e à Sociedade em Geral. Defendemos ocupações dos locais de estudos, piquetes, trancamentos das vias públicas e toda medida de pressão e ação direta que possa nos dar força para arrancar conquistas. Nesse sentido, defendemos a Greve estudantil e se queremos construí-la, que ações em direção a este objetivo possam ser desde já realizadas, e somente com o trabalho de base cotidiano, com a participação massiva e organizada de cada estudante em seu curso é que poderemos ir avançando e forjando uma cultura de protagonismo estudantil, ação direta e de solidariedade permanente (e como princípio) aos trabalhadores, rumo à Greve Estudantil na Ufrgs!
Pela Vitória dos trabalhadores da educação!
Pela Greve na Ufrgs para barrar os ataques do governo!
Por um movimento estudantil solidário, classista e combativo!
Tendência Estudantil Resistência Popular