São Paulo - SP: Marcha Antifascista é reprimida na República.
No último sábado 13 de Maio, atendendo ao chamado nacional, aconteceu em São Paulo a III Marcha Antifascista.
Com menos adesão que a marcha do ano anterior, a concentração marcada para a Praça da Sé as 12h se prolongou até as 15h30, quando a marcha saiu pelo centro da cidade sentido Memorial da Resistência.
Havia pouca polícia acompanhando a manifestação até a Praça da República, onde, após algumas vidraças de um banco não resistirem, o ato foi cercado pela PM e reprimido com bombas e tiros.
O ato se dividiu em muitos pequenos grupos que buscaram se reagrupar e seguir para o Memorial da Resistência, a PM perseguiu os/as manifestantes pelas ruas do Largo do Arouche atirando bombas e balas de borracha indiscriminadamente, os restaurantes da Rua Vieira de Carvalho baixaram as portas para tentar abafar a entrada do gás lacrimogênio, mas muitas pessoas foram afetadas, a núvem de gás se espalhava pela Av. Duque de Caxias até a Praça Julio Prestes.
Manifestantes corriam por todos os lados. Alguns foram forçados a entrar na rua do Fluxo da Cracolândia, onde já havia uma barricada de fogo para conter a entrada da PM. Há relatos de que 4 pessoas foram detidas, mas não temos mais informações.
As pessoas que conseguiram chegar ao final do ato, somaram na ação organizada pela A Craco Resiste na Praça Julio Prestes onde um grupo de pessoas fazia um evento de denúncia sobre a violência polícial, segue link para dossiê lançado pelo coletivo A Craco Resiste: Agressões e Violações na Cracolândia.pdf
Abaixo o chamado para a III Marcha Antifascista de são Paulo
Texto retirado do evento no FB - https://www.facebook.com/events/833870110085619/
A III Marcha Antifascista de São Paulo vem, por meio de uma construção horizontal e apartidária, lutar contra as facetas do fascismo e do neoliberalismo.
O fascismo, como bem pontuou Márcia Tiburi em seu livro Como Conversar Com Um Fascista, torna os indivíduos incapazes de reconhecer o outro. Sendo assim, o diálogo se torna impossível, já que "(...) o fascista não consegue relacionar-se com outras dimensões que ultrapassem as verdades absolutas nas quais ele firmou seu modo de ser."
Daí a urgência de combatermos a imagem de políticos e pessoas públicas que dão voz e legitimidade a pensamentos - que às vezes materializam-se em ações - que antes permaneciam escondidos no interior dessas pessoas. As elites controlam os meios de comunicação de massa, com o discurso conservador que criminaliza ou silencia demonstrações de fomento à cultura de resistência antifascista. Por conta disso, parte da população acaba por interpretar de forma negativa a auto-organização.
Com a ascensão da direita, fica claro que devemos depositar nosso tempo e energia discutindo a causa desse sistema historicamente colonialista, exploratório e opressor, ao invés de atuarmos, simplesmente, em seus efeitos. Nossa proposta é incluir na luta da esquerda os setores excluídos da sociedade que, muitas vezes, não recebem visibilidade mesmo dentro dos movimentos de massas.
Precisamos atacar a base que sustenta o Estado, provando que a auto-organização é possível e, para além disso, necessária se buscamos uma sociedade realmente igualitária.
Houve, então, aproveitamento - por parte da classe política e da elite - do cenário de crise econômica para consolidar medidas austeras, com a justificava de os cortes de gastos serem necessários na atual conjuntura. Sabemos que, na verdade, esses cortes poderiam acontecer em outras áreas, pois da forma que estão sendo feitos teremos um sucateamento da educação, da saúde, da previdência e, inclusive, do trabalho.
Nós sabemos quem são as principais vítimas desta precarização: a população preta, pobre e periférica. O genocídio e o encarceramento em massa mostram que essas medidas têm alvos certos. Para o enriquecimento de poucos, muitos devem sofrer. Raça, gênero e classe estão intrinsecamente ligados à intensidade das opressões causadas pelo capital.
Rafael Braga é um exemplo disso. Jovem, negro e pobre, criminalizado por portar pinho sol em uma manifestação, preso há 3 anos.
É hora de organização e luta.
Não vão nos calar!
-> Pautas
- Contra a ascensão da extrema-direita
- Pela criação de um processo revolucionário e pelo fim do capitalismo
- Pelo fim do encarceramento em massa da população pobre e pela liberdade dos presos políticos (Liberdade para Rafael Braga)
- Contra os ataques à classe trabalhadora e pelo fim da exploração do trabalho (Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência)
- Contra a precarização do ensino (Reforma do Ensino Médio) e por uma educação para além do capital
- Em defesa dos direitos dos Refugiados e por uma luta solidária
- Pelo fim do genocídio do povo preto, pobre e periférico
- Pelo fim do genocídio e apagamento indígena
- Em defesa da vida das mulheres: pelo reconhecimento dos feminicídios, pelo aborto legal e gratuito e pelo fim da cultura do estupro
- Contra a LGBTfobia
- Pelo fim da propriedade burguesa: casa pra quem dela precisa e terra pra quem nela trabalha
- Pela desmilitarização das Polícias
There are 2 Comments
´´Pela desmilitarização das
´´Pela desmilitarização das Polícias..´´ como assim , me explique melhor essa questa em pauta , um exemplo claro e a civil não são militarizados mas mesmo assim serve aos interesses burgues...se possível me explique melhor ,abg...
3- Sabemos que em uma
3- Sabemos que em uma democracia é preciso a separação e equilíbrio dos 3 poderes: empresa, governo e trabalho.
4- Quando a empresa intermedeia o pagamento de salários e tributos, temos um regime tutelar que acumula riquezas, determina a oferta e a procura, e não gera empregos.
5- Quando o governo faz esta intermediação, temos outro regime tutelar.
6- Quando não existe a intermediação, temos a DEMOCRACIA.
7- O que for realizado em um poder não pode interferir no resultado de outros poderes.
8- Se existem partidos de direita ou esquerda, significa que a República não garantiu a liberdade ou democracia.
9- As crises republicas, ora governo de esquerda, ora governo de direita
1- Isentar todas as empresas do pagamento de salários e tributos realizados pelos consumidores.
2- Tributar e pagar salários com base no consumo anual da pessoa física.
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