Rio de Janeiro-RJ: 4º Ato Pela Tarifa Zero e pela Liberdade dxs Presxs Políticxs
Nesta sexta-feira, 23 de janeiro, o 4º Ato Pela Tarifa Zero e pela Liberdade dxs Presxs Políticxs tomou as ruas do centro do Rio de Janeiro. Conforme foi decidido em plenária convocada pelo MPL Rio no último dia 19, no Largo de São Francisco, o ato se concentrou em frente ao Tribunal de Justiça (TJ) - onde ocorria mais uma audiência dxs manifestantes presxs e perseguidxs na Operação Firewall - partiu pela Avenida 1º de Março e tomou, em seguida, a Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia.
Em contraste com o ato anterior, o contingente policial era bastante grande. Apesar de não impedir a marcha, a polícia controlava a velocidade da caminhada e não permitia que grupos se colocassem à frente, fazendo um cordão de isolamento, prevenindo possíveis destacamentos e dificultando a exposição das faixas.
Quando o ato se aproximava da Cinelândia, um impasse se estabeleceu entre xs manifestantes. Parte dxs ativistas, especialmente xs que estavam à frente da manifestação, dobraram à esquerda na rua Araújo Porto Alegre (ao lado da Biblioteca Nacional) para retornar ao TJ e protestar contra a audiência que ocorria, enquanto um outro bloco, que vinha mais atrás e era composto por militantes de partidos políticos, tentou puxar o ato para a Cinelândia, no intuito de encerrá-lo.
Por algum tempo não se tinha certeza para onde a manifestação caminharia. Tal situação se estendeu por alguns minutos até que o bloco com as bandeiras partidárias atravessou a rua, ocupou a praça da Cinelândia e subiu as escadarias da Câmara Municipal. Era possível ver bandeiras e/ou faixas do PSTU, PSOL e até mesmo do PT.
Diante disso, a outra parte do ato que propunha seguir para o TJ, conclamava a volta para a rua gritando “vem pra rua, vem”. Xs militantes partidárixs, no entanto, não aderiram ao chamado, e encerraram ali sua participação na manifestação. Dividido, parte do ato continuou seu caminho ao TJ acompanhado por um número grande de policiais, cantando palavras de ordem contra a presença da polícia nos atos e nos morros. Também expressaram sua solidariedade xs ativistas que estavam sendo julgadxs naquele momento e convocaram uma plenária para a próxima terça-feira na UERJ. Sem registrar incidentes, a manifestação se encerrou ali.
Esse início de ano tem sido marcado por manifestações convocadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) nas grandes cidades do país. Notadamente a cidade de São Paulo tem apresentado o maior número de adesões. No Rio de Janeiro se tem presenciado uma constante queda na quantidade de manifestantes que, de milhares recuou para algumas centenas nessa semana.
Na segunda-feira, 19/01, a plenária convocada pelo MPL-Rio para avaliar e planejar as próximas ações políticas já apontava essa questão. Ali se expressava uma pluralidade de visões que propunham diferentes táticas para atrair a população às ruas.
Há também uma profunda divergência em relação a presença controversa de militantes dos partidos governistas PT e PCdoB e de seus agrupamentos de juventude. Discute-se se os coletivos pró-governo são capazes de acrescentar algo à luta ou se, por outro lado, a presença deles desmobiliza, invalida e despotencializa os atos.
Tal contexto torna explícita as divergências políticas que vem se expressando desde o primeiro encontro para debater as ações em relação ao aumento das tarifas de ônibus. Alguns grupos se recusam a reconhecer a importância e a urgência da luta contra as prisões e perseguições políticas, em uma postura que faz coro ao governismo, defensor de bandeiras mínimas. Por outro lado, grupos independentes consideram essa bandeira primordial e o impasse impulsionou sua permanência nas ruas.
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